Abesanctum - aulas de manga: 2010

Retornando a um dos posts mais antigos deste blog,

falemos hoje de Evangelion 2.0, ou

Rebuild of Evangelion 2.0 You can (not) advance.

Fazendo uma recapitulação, a série de filmes Rebuild of Evangelion

é um projeto da Gainax onde eles pretendem reformular a série

clássica Evangelion e no momento foram feitos dois dos três (ou quatro)

filmes previstos, o 1.0 You are (not) alone e o 2.0 You can (not) advance.

O primeiro filme nada mais era que os primeiros cinco ou seis capítulos

da série original refeitos com toneladas de computação gráfica (cgs) e um

orçamento gigante. O resultado disso foi um filme muito bom mas contando com

falhas previsíveis como a história que ficou corrida demais e algumas partes onde

exageraram tanto na grandiosidade que o resultado ficou meio cômico. Mas no

geral, foi um bom filme, sendo sempre ótimo “rever” Rei, Asuka e Misato.

Voltando agora ao filme 2.0... o super exagero de efeitos especiais continua. Pelo making of vemos o absurdo de eles fazerem toda a animação em 2d e então converter tudo em 3d praticamente frame por frame... Como fã do estilo clássico de animação, achei meio extravagante, mas provavelmente pra muita gente isso ficou melhor em 3d. Podemos considerar isso apenas questão de opinião, mas fique avisado que todos os Evas são cgs.

No quesito arte-gráfica, nenhuma reclamação, pelo contrário, os cenários são lindos, as animações fluídas e temos bem menos conflito entre 2d e 3d. Se tivesse que apontar algum erro diria, “só não gostei dos evas terem as faixas coloridas fluorecentes, o que os faz parecer marronzinhos da CET (os caras que cuidam do tráfego aqui em SP)”, mas isso é quase irrelevante.

Agora vem a parte estranha do filme que faz pensar num título Evangelion You should (not) remake... Ao assistir e chegar a algumas partes cômicas, você ouve uma música diferente, mas familiar (pra mim pelo menos) e pensa “essa música não é do Evangelion, mas não me é estranha...” e após alguns minutos pensando você repara que eles estão usando a trilha sonora de outro anime da Gainax, Kareshi Kanojou no Jijou, vulgo Karekano!!!

-SPOILERS A FRENTE- (spoiler= coisas que “estragam” a história ao revelar fatos relevantes a esta, como “ a mocinha morre no final”)

Tirando o efeito Karekano vemos vários baratos da série indo pro saco... comecemos pelo grande trio de pilotos do Eva... o grande barato deles na série era, Rei=fria e robótica, Asuka=irritante e arrogante e Shinji=chorão e emo (um pouco demais pra mim e muita gente)... nesse filme as duas ficam boazinhas demais. Na série, todos escondem seus sentimentos, mas eles aparecem em pequenos atos ou frases sutis, mas no filme tudo fica tão visível que se torna artificial. Como por exemplo na cena em que Asuka acaba dormindo ao lado do Shinji (só dormindo mesmo), no anime, quando reparamos ela já esta ao lado do Shinji após ir ao banheiro e ela só fala “mamãe” ou algo assim. Nisso cabe ao expectador entender a cena. Já no filme Asuka tem um pequeno monólogo e após isso vai direto pro lado do Shinji e ainda fala com ele (ela pede pra deixá-la ficar!!! A Asuka pedindo algo?)... mais fácil de entender, mas destrói a sutileza da cena...

Outra coisa que ficou tosca. Na série, os Evas eram raríssimos e exclusividade da Nerv (empresa do mal). Vímos a unidade 03 e se especulava na unidade 04, e só no filme End of Evangelion vemos os Evas de produção em massa, que nunca foram mencionados na série. No 2.0 vemos Evas demais de uma só vez, além da unidade 0 e 01 que apareciam no primeiro filme, vemos a entrada da 02, então fala-se da 04 explodindo, vemos a 03, 05 e talvez a 06... Dá a impressão de que dá pra encontrar um Eva estacionado na frente da padaria ou você pedir um Eva pra viagem. Antes os evas eram praticamente exclusivos de seus pilotos por razões “misteriosas”, agora tanto faz. Tem também a aparição do Eva aranha (unidade 05), logo de cara... Nem imagino se isso serve pra vender brinquedos... Da mesma forma os Angels já não parecem grande coisa... aparecem muitos e derrotados muito rápido... Consequentemente, em razão de tantos Evas e Angels, não parece Evangelion, parece filme de Ultraman animado!

Apenas pra constar, uma cena que ilustra bem as mudanças é a corrida dos Evas pra interceptar um angel. Pelo tamanho dos Evas (cada pé é maior que um carro), cada passo em uma corrida cobriria mais de um quilometro. Na série a corrida dura alguns segundos, o que até faz sentido, mas no filme eles correm por minutos, suficiente pra percorrer toda cidade de São Paulo... Exagero, puro e simples.

Mas também ele tem seus acertos, como o Angel cadente, agora mais do que só um bicho que cai do espaço, o oceano agora morto e vermelho e as armas extras do Eva 02 que o torna “avançado” que os outros.

Agora os Spoilers mais pesados... Mari, a nova piloto do Eva!!! OOOOhhhhh!!! Ela aparece lutando logo de cara... legal... e depois só aterrisa de bunda na cara do Shinji e desaparece pra só aparecer no fim pra ser derrotada... bem brochante, ainda mais depois do suspense que cerca sua luta...

Na parte de som tudo excelente! Orquestra, coral, tudo bem dirigido... as músicas do Karekano caem bem e a única coisa que não curti é a ausência da música “The Beast II” na cena do Dummy Plug, substituido por uma musiquinha bonitinha (longe do efeito artístico apenas tirou o barato da cena). As vozes todas dos mesmos dubladores da série continuam muito boas.

Terminando a análise, enquanto o 1.0 cobria uns capítulos o 2.0 cobriu todo o restante da série, tirando o que seria o último capítulo/ filme End of Evangelion, mas mudando em muito o meião desta...

Agora resumão de tudo isso...

Se você era fã da Rei, talvez você não goste do filme, Se é fã da Asuka provavelmente você vai odiar, o Shinji continua gay e chorão como sempre. Algumas piadas engraçadas, mas nada especial. Se você gostava dos Evas talvez se decepcione, em especial com as versões Berserk da Unidade 01 e 02 (em vez de esmagar e mastigar o angel agora ela solta rainhos!!!).

Os trailers anunciaram novos personagens (entenda-se uma, a Mari) e nova história. No fim, a tal personagem poderia muito bem nem mesmo aparecer que, pelo menos neste filme, não faria nenhuma diferença, e a nova história poderia muito bem ser igual a original (compactada) que também não faria muita diferença...

E graças a exageros que se sobrepuseram aos acertos, o filme continua inferior a série.

MESMO ASSIM, o filme é muito bom, ele enche os olhos e aos ouvidos e ainda é Evangelion, que pra muitos é o melhor anime de todos os tempos... Ou seja, assista, que vale a pena!

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Review - Slam Dunk

Aproveitando o clima do campeonato

mundial de basquete resolvi falar do

melhor manga de basquete de todos

os tempos... Slam Dunk!

"Aviso: Texto feito por um fã de NBA

e cheio de termos de basquete e jogadores,

então, caso não seja fã, quando vir o nome

de qualquer jogador substitua o nome por 'bom jogador'"

Slam Dunk foi o primeiro sucesso de Takehiko Inoue, o grande desenhista de Vagabond e foi feito durante um período muito específico no basquete, a ascensão de Michael Jordan e a formação do Dream Team americano, considerado uma fase áurea da NBA (National Basketball Association, o campeonato americano de basquete) e onde esta se espalhou pelo mundo, incluindo o Brasil e o Japão e provavelmente foi a inspiração para este manga.

A história fala de Sakuragi Hanamichi um cara gigante (pros padrões japoneses) que entra no time de basquete da escola Shohoku por dois motivos, ele se apaixona por Haruko, fã de basquete e irmã do capitão do time, e por ciúme de Rukawa o super calouro. O time do Shohoku até então meio caído, só contando com o capitão pivo Akagi, com a entrada de Rukawa e Hanamichi, o retorno dos veteranos Mitsui e Ryota e o comando do Técnico Anzai o time se torna uma surpresa aos outros grandes times do colegial Japones, que é tão forte que o japão nem sabe o que é um rebote.

Obviamente Slam Dunk segue o estilo básico de manga sobre esportes, mostrando a evolução do time e o relacionamento entre os personagens durante as vítórias e derrotas... Derrotas? Sim, derrotas! E aí temos a diferença deste mangá em relação a média, é mais "realista"... não apenas porque o time nem sempre ganha, mas os jogadores fazem sentido! Suas personalidades influem na forma como eles jogam e cada um tem seu estilo e o manga mantém o clima de jogo de basquete... só exagerando um pouco apenas. Além disso o personagem principal não é o melhor do time, muito pelo contrário e a principal característica do time não é serem esforçados e bonzinhos, nem usar técnicas secretas, e sim serem "bad boys" e serem ousados...

Agora divido o texto em duas partes, para fãs de basquete e para não fãs:

Para os não fãs, o Slam Dunk não deixa de ser um ótimo manga que mesmo quem não entende nada de basquete entende facilmente e acaba aprendendo junto com o próprio Hanamichi que também não sabe nada de basquete. Engraçado e muito bem conduzido você acaba torcendo mesmo sem querer!

Para os fãs temos o atrativo a mais, lembram que comentei Jordan e Dream Team? Bem, por coincidência o Shohoku tem um uniforme igualzinho ao do Chicago Bulls (time do Jordan), os dois personagens principais "parecem" jogadores desse time (Rukawa= Jordan, salta muito alto e é um jogador completo, e Sakuragi= Dennis Rodman, um bad boy, super reboteiro) além dos outros também lembrarem outros jogadores da NBA, como Akagi/Pat Ewing (que aparece no Space Jam), Fujima/Isiah Thomas e Maki/Magic Johnson (todos do dream team) entre outros... E se repararmos direitinho, várias cenas (em especial as enterradas) parecem BEM familiares e as jogadas realmente parecem de um jogo de basquete mesmo! Diz a lenda que o autor foi processado por usar como base pros desenhos os cards da NBA, pra vocês verem a semelhança.

O anime, por sua vez, pega também outro momento específico... a época de auge de Dragon Ball Z, o que significa necessariamente em história esticaaaaaada e recheada de conversas, pensamentos e flashbacks tanto do passado como do capítulo anterior. A animação também característica da época é irregular, indo do maravilhoso ao podre e voltando ao incrível... Bem que eles podiam copiar alguns jogos da NBA também.

A trilha sonora não cheira nem fede, exceto pela música de abertura j-pop leve, mas as vozes são muito boas (a do Sakuragi é tão irritante quanto o personagem... e isso é ótimo).

No geral o anime não é tão bom quanto o manga, mas ainda é muito bom. No entanto, o que poderia considerar a grande decepção do anime é o final improvisado, que é um jogo Shohoku contra um combinado de dois times eliminados do intercolegial, terminando a série antes do intercolegial, que é o clímax do manga...

Em resumo, mangá Slam Dunk eu considero um clássico, especialmente dentro do segmento de mangas de esporte e principalmente se compararmos com outros mangas de basquete... Sim, eu não curti muito Dear Boys e pra mim o segundo melhor manga de basquete é o Harlem Beat! O anime mantém a beleza do traço original e mesmo com alguns poréns ainda é muito bom.

E finalizando... se gosta manga/anime de esportes de jogadas incríveis, técnicas impressionantes e jogos além da imaginação... vá ver Capitão Tsubasa (Super Campeões) ou o Principe do Tennis... MAS se gosta de esportes de verdade, com a tensão e vibração de um jogo real... vá assistir um jogo de verdade... MAS se procura um bom manga de esportes que não ofenda sua inteligencia, com enredo sólido, com bom humor, sem perder o pique das partidas e ainda ser muito bem desenhado, Slam Dunk é o seu manga!

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Dom para desenho, a grande farsa?

O ser humano constantemente usa de desculpas e justificativas

para sua inabilidade e/ou falta de iniciativa para certas atividades.

Dentre todas essas a que mais vejo é a frase

"Você consegue desenhar porque tem dom!".

Apesar de pensar nesse texto de maneira objetiva, talvez ele

seja mais um pequeno desabafo em relação a este assunto.

Porque considero que não existam dons? Não é que eu ache que

não existam, mas estes são raros. O que me refiro é o meu

(e de provavelmente de muitos outros) caso, onde a pessoa que fala sobre

dom de desenho, descarta os anos de estudo e treino, reduzindo tudo a uma simples questão genética, de conjunção astral ou favor divino...

Eu comparo essa questão áqueles comerciais de equipamentos de ginástica, que tem o dom de dar-lhes barrigas tanquinho apenas com 5 minutos diários de exercício, associados a dieta que vem num livrinho (essa parte escrita em letras minúsculas na tela da TV). Se qualquer pessoa seguir sempre o escrito ali, mesmo sem o tal aparelho, vai ganhar uma forma modelada. Simplesmente é a prática e disciplina combinados e produzindo resultados.

Nos desenhos é a mesma coisa. Genialidade existe, mas na maioria das vezes, a pessoa é simplesmente esforçada e persistente, e o dom, no máximo, é o de a pessoa gostar de fazer o que quer que seja repetidamente. "Mutatis mutandis" as pesssoas que dizem não poder desenhar por não terem dom, em sua maioria, se referem mais a não terem paciência (ou tempo) pra isso, ou mesmo simplesmente estão justificando sua incapacidade.

Mas então, o que eu acho que é um dom real? O dom, ao meu ver, sempre é algo espontâneo, que vem sem nenhum treino específico ou com apenas um pouco dele, e se a pessoa realmente treinar, com seu dom, ela se torna uma das melhores dentro de sua atividade. Exemplos: Mozart, aprendeu música e a tocar vários intrumentos sozinho e virou um dos maiores compositores de todos os tempos... nos mangas, Katsura Masakazu (Vídeo Girl Ai e DNA), nunca pensou em ser mangaka (desenhista de manga) profissional e só entrou num concurso pra ver se conseguia grana pra comprar um aparelho de som, ele não apenas ganhou o concurso como também foi um dos melhores desenhistas de sua época, influenciando vários outros desenhistas até hoje.

A propósito, vale lembrar que pra um mangaka, nem sempre o desenho em si é o mais importante e por conseguinte, muitos grandes clássicos não são baseados em desenhos incríveis (Dragon Ball por exemplo)...o que torna o "dom para desenho" ainda mais inútil.

Basicamente concluindo, o dom, por mais que ele exista, normalmente não significa nada e pensando em manga, qualquer um minimamente perseverante pode fazer APÓS MUITO TREINO desenhos realmente bons, do tipo que muitos dizem ser exclusivos para aqueles que tem talento ou dom para arte! E ainda assim fazer um manga tosco... já que nem tudo é desenho no manga.

Então, toda vez que você quiser iniciar uma atividade, não se iluda com o mito da dádiva divina, pois o que você vai precisar, no máximo é o "dom" da persitência e com este qualquer pessoa é capaz de dominar qualquer técnica que seja. É lógico que ter um professor como eu ajuda! Façam minhas aulas!!!

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Satoshi Kon... ISSO foi uma perda

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Pronúncia? Otakus deveriam saber que isso existe!

Interessante, nunca imaginava que os textos que falam

sobre cultura tivessem tanta audiência... mas enfim,

vamos ao que interessa... Vão a minha aula!!!

Eu vivo disso sabiam?

Agora sim, indo ao que interessa para vocês.

Depois das duas grandes ondas de anime e manga,

que pegaram todos de surpresa, um fenômeno ficou bastante

visível e abrangente a todo o país... a péssima pronúncia

japonesa, que reparamos nas pessoas falando gírias em japones,

nos apelidos e principalmente ao falar os títulos de nossos mangás,

animes e músicas preferidos.

Primeiramente alguns detalhes sobre pronúncia japonesa:

-A lingua japonesa tem uma das características mais incríveis da linguística, o fato de o que estar escrito é como deve ser pronunciado. Explicando melhor, a letra あ "a" se pronuncia apenas "a", aberto, diferente do inglês que normalmente "a"="ei" mas ás vezes muda devolta pra "a", ou mesmo no português onde, mesmo sem acento o som muda, como no caso da palavra "banana".

-Segundo muitos entendidos no assunto, o japonês não tem acento nem pronúncia, mas isso é só parcialmente correto, pois essa língua tem rítmo certo, além de certas palavras terem "pseudo acentos" como é o caso de shoujou e kawaii.

Mas voltando ao assunto, durante todos esses anos trabalhando nesta indústria vital, eu me deparei com pronúncias bizarras das mais variadas formas e usadas pra qualquer coisa que envolve língua estrangeira. Como exemplos (escritos da forma que pronunciaram): os simples "Assuka" de "evanjelion", one "Paice" ou "Xis" até o bizarro "Reinma". E só pra matar a curiosidade, o certo é Asuka pronunciar como Aska (nome alemão, pra uma personagem alemã... que coincidência não?), "EvangUelion", "pis" (ou algo entre isso e "pisse"), "éks" e "ranma" com "r" brando... Dá pra ver que apesar de ser correto, saber a pronúncia de tudo é bem complicado se você não tiver a mínima noção de outras línguas... o que seria o ideal.

Mas de onde vem essas pronúncias engraçadas? Infelizmente o Brasil sempre foi um fiasco em língua entrangeira, talvez porque o povo mal sabe falar português quanto mais inglês e quanto mais japonês. No entanto, o principal mal aqui é o fato de que se você tentar falar corretamente vão te chamar de fresco ou nerd, ainda mais se o assunto estiver relacionado com mangá e anime. E outra fonte, acreditem se quiser, são os locutores, apresentadores e a dublagem nacional que falam de qualquer jeito o que estiver escrito no promt (aquela máquina com textos que fica junto á câmera). Eu odiava a Kira (quem lembra dessa é das antigas) e odeio boa parte das dublagens em especial a de Tenchi Muyo, onde todo mundo conseguiu errar praticamente TODOS os nomes do desenho desde o título "o animi Tenshimoyo" até o bichinho de estimação que ficou com nome de marca de batatinha frita.

Antes de ir pras conclusões, aos leitores mais assíduos, acho que repararam que de tempos em tempos eu escrevo mangá com acento e ás vezes sem, o mesmo para anime e animê. A razão disso é exatamente um dos problemas em relação a palavras estrangeiras, pois, nesse caso não há certo. Manga, como o japonês não tem acento, também não deveria ter, mas a pronúncia mais comum aqui requer um acento diferencial e pra complicar muito mais, agora com a nova gramática, caíram muitos acentos diferenciais... e agora, o que é certo? Em escrita, sei lá... mas na pornúncia, prefira mangá e animê... soa melhor.

Certo, mas então, o que fazer? Eu tento pegar tudo direto na fonte, vendo no youtube ou semelhante a pronúncia exata dos nomes... e tenho um nível básico de japonês e bom em inglês. Por mais que considere que aprender uma nova língua é sempre bom, sei que pra muitos isso não é aceitável, então, algumas dicas...

1- Não invente acentos nas palavras, tente apenas falar as sílabas separadamente e o resultado sairá naturalmente.

2- lembre que japonês é japonês, não inglês;

3- mas muitas vezes considere "chi" como "tchi", letras dobradas como "kk" como uma pausa/engasgo, palavras iniciadas com "h" como se iniciadas com "r" (de início de frase) e as iniciadas com "r" como "r" (do meio da frase)... Difícil entender, não?

Mas no geral, eu recomendo mesmo é... se você é fã de tal autor, manga, música, etc. tente dar uma olhada na pronúncia original. Se gosta de cultura japonesa, aprenda a língua, é legal e útil ( e nem tão difícil). Pois, uma das maneiras mais fáceis de reconhecer um otaku iniciante é ouvindo suas pronúncias toscas!

Ademais, pra encerrar, ressucito uma "polêmica" linguística para vocês pensarem!

A personagem Kannu Unchou de Ikkitousen... A pronúncia de seu nome é Kan-wu, eu vi que a escrita mais comum é Kannu, na caixa do figure oficial tem escrito além desta, Kanu e eu pra não chatear ninguém deixo como Kan-u. Pensando que além de tudo o nome original era chinês e de um homem e no anime a leitura ficou japonesa e é o nome de uma mina... Dá pra ver que não importa o quanto estude esse assunto é e sempre será complicado...

a menos que o esperanto vire realmente lingua universal!

E apareçam pra fazer algumas aulas comigo!!!

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Manga e o “Politicamente Correto”

Várias vezes durante minha vida de fã e agora de profissional

de manga, vi várias questões éticas e morais em relação a filmes,

desenhos e revistas em quadrinhos. Nesse entremeio já fui

questionado sobre estas coisas também e me deparei com um

terrível monstro moderno chamado POLITICAMENTE CORRETO.

Parente próximo da censura, o politicamente correto (que chamarei pc)

não tem um ponto de origem exato, mas surgiu nos Estados Unidos em

uma das várias ondas moralistas daquele país e se espalhou pelo mundo

e atingiu vários segmentos da sociedade... Infelizmente entre estes o segmento

de quadrinhos e desenhos.

O intuito primordial do pc é “proteger e ensinar nossas crianças, para que no futuro sejam cidadãos íntegros e conscientes”. Muito nobre da parte deles, mas estas idéias esbarram em vários obstáculos práticos, como a impossibilidade de definir exatamente o que é moral e estabelecer o quanto a imoralidade escrita e falada influi na vida das pessoas, crianças e adultas. Além de ser hipocrisia.

Sendo o assunto muito longo, fiquemos na parte que me interessa... manga/anime. O pc tem sido bastante danoso para a arte em geral e o manga e anime não são exceções. A atividade artística em si, tem um caráter desafiador e contestador e o manga além disso tem outras características que batem diretamente contra o pc.

O maior dano ocorre no que chamo de Síndrome de Disney, que é achar que todos os desenhos e revistas em quadrinhos são feitos para crianças e que todas as crianças são inocentes e não devem ser expostas a coisas negativas como a violência e/ou nudez de qualquer tipo. No manga, isso é um dano enorme se for seguido a risca... pois, “japoneses são tarados violentos?” sim e não... O Japão é um país culturalmente acostumado com nudez e sexualidade na mídia, talvez pra compensar a vida reservada que levam (sei lá, não sou psicólogo) e é um país onde a luta é cultuada acima da própria vida e que vivia a violência no dia a dia (quer violência maior que duas bombas atômicas na cabeça?). Então o manga usar de violência e nudez não é nada de mais. Estranhamente, em outros países (como o Brasil) isso deveria ser normal também, mas não é... o que nos leva de volta a hipocrisia, onde um manga (por mais que tenha um aviso de faixa etária) é mais ofensivo que as atrocidades que aparecem em nossos noticiários (em especial, os sensacionalistas) ou nossas novelas.

Talvez se perguntem se é exagero da minha parte... três casos em mídias diferentes mostram que não é.

1 -No jogo Final Fight, de luta contra gangues, se enfrenta uma mulher chamada Poison... o pc considerou absurdos os trajes mínimos e a violência contra mulheres... OK?...uma prostituta usar roupa curta agora é absurdo... e mesmo que ela esteja querendo te matar, bater em mulher é absurdo... Resultado... aumentaram a roupa dela e anunciaram que ela é um travesti...

2 -No filme E.T. Fizeram questão de trocar as armas dos policiais que caçavam o ET por rádios, porque “caçar crianças com armas não pode”... mesmo que elas estejam com um alien potencialmente perigoso.

3 -Três animes: Naruto, Rurouni Kenshin e One Piece... cenas sangrentas foram cortadas fazendo com que personagens simplesmente desaparecessem ao invés de morrer, tornando a história no mínimo estranha... ou, no caso do One Piece, um cigarro trocado por um pirulito e armas trocadas por estilingues...

nos vídeos, uma idéia de censura em coisas bestas... anime Witchblade censurado em cima e normal embaixo (a censura a partir de 40 segundos)

Isso tudo é pouca coisa? O tempo e esforço gasto com todas essas mudanças, torna tudo mais caro e demorado e o resultado, além de bizarro até piora a situação, pois a montagem fica tão ruim que chama a atenção exatamente pro que foi cortado o que leva muitos fãs curiosos a procura exatamente essas partes, prestando muito mais atenção nela do que deveriam...

A maior perda, no entanto, acaba sendo a perda artística, onde o autor fica limitado em sua criatividade, não podendo fazer sua obra com a intensidade máxima por saber que isso nunca seria aprovado... Panorama este que nunca permitiria obras primas como Laranja Mecânica ou até obras de arte de Goya...

Mas como nem tudo são más notícias, o manga, como dito no post manga vs anime, ele tem a vantagem de poder ser feito de maneira independente e como não necessariamente ele é voltado para o mercado internacional, ele mantém sua liberdade artística, produzindo obras de bom gosto (e de péssimo gosto) mas sempre dependendo apenas do artista e não do meio em sua volta.

Aqui no Brasil, há uma onda moralista que aumenta a cada dia, em especial a caça as bruxas aos pedófilos. Se um abraço já gera desconfiança, o que se dirá da calcinha da Shinobu... Mas tenho esperanças que um país que é tolerante com carnaval e baile funk saiba distinguir a nudez da perversão e entender que mangas e animes adultos (não necessariamente pornôs) são pra adultos, os de adolescentes pra adolescentes e de criança pra criança... simples, não?

Aos leitores, aviso que pode parecer ridículo, mas não me espantaria se de repente mandassem recolher uma mangá das bancas ou tirarem um anime do ar por considera-los ofensivos a nossas criancinhas... por isso fiquem atentos e se forem fazer alguma burrada do tipo assassinato em massa não o façam com seu cosplay do Kakashi, pois isso pode pegar mal pra outros mangas decentes.

Pra terminar, considero que todos tem o direito de ler e ver o que acharem conveniente, assim como todos tem o direito de fechar um manga ou dar stop num anime que considere ofensivo... Em resumo... liberdade! (ainda que tardia...?)

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