Review Disgaea Parte 1 - Hour of Darkness (jogo)

Um dos últimos jogos de videogame que eu realmente gostei se passa no Mundo das Trevas, Makai em japonês e Netherworld (?) em inglês... e esse jogo se chama Disgaea!

Antes de mais nada acho que repararam que esse é um jogo de videogame... espero que isso os faça reparar que de vez em quando pretendo comentar sobre alguns jogos também (além de outras mídias que achar interessante) e este é um desses casos...

Enfim, começando, o jogo Disgaea esta no Disgaea 3 e atualmente cada um dos números possui várias versões então pra este review estou me referindo a original Hour of Darkness do PlayStation 2. Resumindo a história, o príncipe do Makai Laharl acorda de um sono de dois anos e descobre que nesse tempo o rei, seu pai, foi morto, então, com a ajuda de sua fiel (ou quase) serva Etna, ele luta pra assumir o trono e se tornar o Overlord do Makai. Enquanto isso Celestia (um lugar cheio de anjos) manda uma assassina para matar o rei, sem saberem que este já estava morto...No caso a tal assassina é a anjo em treinamento Flonne... Mas isso era apenas parte de um plano muito maior que envolveria o Makai, Celestia e até o mundo dos homens! Parece uma boa história pra um jogo de ação... mas este é um jogo de Tactics RPG... ou, simplificando, é quase um jogo de xadrez com historinha e vários tipos de peças diferentes, com ataques diferentes e elementos de RPG, como level, HP, níveis de ataque e defesa, etc.

Como um review de jogos, eu devia falar de jogabilidade e coisas relacionadas ao jogo em si... devia, mas não vou! Afinal esse blog tem a ver com anime e manga, então vamos ao que interessa por esse ponto de vista! Disgaea é muito legal!!! A história é um clichê, mas o desenvolvimento dela é bem original, sendo que o que a torna atrativa é a interação do trio Laharl, Etna e Flonne e o plot descrito acima é só uma desculpa pra mostrar o desenvolvimento deles tanto individualmente quanto entre si. No caso, Laharl, além de mimado, segue tentando ser o demônio ideal (mau até a raiz), desprezando a atitude honrada do pai e se culpando pela morte da mãe... (que realmente morreu por culpa dele). Etna, por sua vez tinha uma enorme admiração pelo pai de Laharl e parece estar relacionada de alguma forma com o sono do príncipe, mas esconde isso tudo sob sua personalidade naturalmente sacana. Flonne é uma “maníaca por amor” como a chama Laharl, ou seja, pra ela tudo é bonitinho e o amor vence tudo, além dela ser meio burra devido a isso... Resumindo novamente, é o mimado cabeça dura, a sacana e a inocente bobinha. Nisso vemos a situação onde a personalidade dos três conflita ao mesmo tempo que se completam... com resultados bem divertidos!

Ok, fim da parte séria... o jogo é muito engraçado e as piadas vão desde os nomes dos itens até os personagens em si! Por exemplo a luva 100blow (acho que era esse o nome), além das stats básicas tem a descrição ao estilo “ai, ai, ai... ei! Isso já não tem mais graça” e coisas no estilo. Personagens estranhos? O jogo possui várias classes diferentes de personagens que compõem seu exército, entre os mais estranhos temos: Magas... com roupas de empregada, Nekomatas... peladas (com pelos apenas nas partes... no artbook, realmente elas estão nuas afinal os peitos estão de fora e ela esta com os pêlos pubianos aparecendo... verdes, cinzas, vermelhos ou azuis, como os pelos das pernas e braços... mas pubianos), Zumbis, espantalhos, Capitão Gordon (defensor da Terra), cavaleiras (isso existe? Amazonas não combinam com a personagem), Lutadores de KungFu, Vampiros e os célebres Prinnies, pinguins com bolsas de canguru e que se arremessados explodem... são estranhos, idiotas, sacos de pancadas preferidos da Etna e são absurdamente divertidos, isso sem comentar os PrismRangers (sim, um power rangers no meio do jogo), e o Pringer X

Outro ponto bem interessante é que, nessa altura já deu pra perceber que a história não se leva muito a sério... e isso é ótimo pra explicar as coisas idiotas e buracos de enredo... por exemplo: uma nave gigante esta atacando, porque raios você iria pra dentro da nave (que é a fase do jogo) e enfrentar os soldados um por um se você tem poder mais que suficiente pra derrubá-la de uma vez? Solução Disgaea “vou derrubar essa coisa!!!” diz Laharl, Flonne o impede... por ficar preocupada com os tripulantes? Por talvez a nave destruir muita coisa quando cair? “A nave é legal e depois que a luta acabar eu quero ficar com ela, então não a destrua” é a explicação de Flonne! Ou então outro caso, porque os Prinnies aguentam tantos maus tratos na mão da Etna? Porque eles precisam pagar pelos pecados e só então renascer? Não... a resposta... porque eles são pagos pra isso! No fim, as coisas se explicam e a história chega até a fazer sentido, evitando as grandes questões que deixamos de lado em outros jogos, do tipo... de onde vem tanto ninja? Ninguém reparou que uma mansão lotada de zumbis não é um bom lugar pra se esconder? Você pega uma erva verde no meio da calçada, a usa, sabe-se lá deus como e ainda sua energia é restaurada... e todos acham isso legal? Quem diabos deixa facas, katanas e frangos assados no lixo? E quem em sã consciência, no meio de uma briga, comeria esse frango? Porque eu levo mais dano se encostar no cara, do que levaria se tomasse um tiro dele?

Quanto as piadas, uma das melhores partes pra mim é o episódio 2, onde a Flonne entra no castelo (brincando de ninja) para então se apresentar a Laharl como “Sou uma assassina, muito prazer”, pra então pensar “acho que eu não deveria falar isso”... tudo ficando muito engraçado graças as excelentes dubladoras (até em inglês fica legal) e as ótimas ilustrações (paradas) dos personagens!

E o mais interessante... você pode alcançar levels/níveis absurdos, acima de 1000 e ainda, não contente com isso, você pode “transmigrar” o que faz com que seu personagem recomece no level 1, mas com um pouco das stats anteriores e ainda, não contente com isso você tem o item world, que é uma dungeon dentro de cada item e quanto mais fundo você avança, mais poderoso fica seu item, e ainda , não contente com isso, o item world possui “residentes” inimigos específicos que aumentam ainda mais alguma stat do ítem e estes, ainda não contentes com isso podem ser somados/fusionados (aumentando seu nível) e transferidos entre seus itens... ufa... resultado disso é... se tiver saco o suficiente, você pode fazer um personagem virar um deus invencível... pra poder enfrentar os absurdos bosses e fases secretas!

E um último detalhe... pra certas coisas no jogo, você pleiteia isso numa assembléia de demônios, que aceitarão melhor ou pior sua proposta dependendo do seu nível... mas com a possibilidade de mudar a opinião deles ao suborná-los com itens! É como na vida real!!! E ainda tem a chance de convencê-los na porrada (como nas assembléias da Tailandia)... só que aí a coisa fica feia porque é muita gente e tem uns senadores de níveis maiores que o seu!

E pra terminar, a música é muito boa, variando gêneros (inclui até valsa e tango) dando um toque clássico diferenciado e os sons legais... mas o que mais gostei foi a risada do Laharl ao usar um meteoro (um dos seus ataques)!

Ademais, muita estratégia, golpes legais, e alguns finais diferentes... MAS não acaba aqui!

O jogo fez tanto sucesso e foi tão bem recebido que ganhou versões em outras mídias, no caso um Anime e um mangá próprios! E isso será a parte 2 deste Review!

Por fim, Disgaea foi tão bem feito (ganhou o título de melhor jogo que ninguém conhece), que além de ter 3 episódios, também tem seus sub-universos, ou no caso jogos passados em outros Makai, como é o caso do Makai Kingdom e Phantom Brave! Todos seguindo mais ou menos o jeitão Disgaea e compartilhando alguns personagens...

Enfim, se você tem um PS2, PSP ou DS e tem muita paciência, jogue que vale a pena!