mas, bola pra frente!
Akame ga Kill... antes de mais nada boa sacada do
título, pois o kanji (a letra japonesa) é Kiru de cortar
normalmente usado para golpes de espada e assim
também para matar... boa sacada!
Bem, o anime é a história de Tatsumi que sai de
sua vila com seus amigos, rumo a capital embusca de fama e fortuna, mas encontra uma cidade corrupta e oprimida o que o faz se juntar ao grupo de assassinos Night Raids que mata políticos e aristocratas corruptos, usando armas mágicas únicas que apenas alguém compatível pode brandi-las.
Mais adiante o primeiro ministro convoca a comandante Esdeath, a guerreira mais forte do império, para formar um grupo também usuários de armas mágicas para enfrentar os Night Raids...
Tudo ambientado num mundo de fantasia "seja o que deus quiser", onde temos de espadas samurais, dragões e cavaleiros de armadura, até minas de uniforme colegial, membros de gangues e lança-mísseis... Europa medieval, Japão feudal, tecnologia moderna, cultura árabe, sorvete de casquinha... vale tudo!!!
Por essa descrição já dá pra ver que AGK é bem um anime fast-food, caça-níqueis que atira pra tudo quanto é lado e assim se torna rentável. Nisso, temos diversos estereótipos, como a lolita, baixinha irritante, o moleque esforçado e de coração puro que vai ficando mais forte durante a série, a cabeça de vento, o moleque tarado, a general estrategista sorridente e fumante, o político inescrupuloso que só pensa em ganho próprio e comida... e assim vai...
Eu até curti as músicas de abertura e encerramento, mas não sobressaem taaanto... a trilha sonora vai de ótima até "tinha música?"... as vozes 100% genéricas e como todo bom anime boas...
Com a animação apenas adequada e designs bonitos, mas desconexos imagina-se um anime passável na melhor das hipóteses... bem... eu achei um pouco mais que isso.
AGK ganha pontos em "shock value" bem utilizado. Explicando com um pouco de Spoliers... O autor dá uma de Game of Thrones, pegando uma personagem que você gosta e matando... e como ocorre com GoT, isso torna a história mais interessante pois você nunca sabe se seu personagem favorito vai vencer a luta ou morrer, e essa imprevisibilidade cria uma tensão nas lutas que você não encontra em Dragon Ball, quando todo mundo morre e volta.
Outro ponto interessante é a tentativa de fazer os inimigos terem personalidade e serem legais, alguns realmente serem maus outros apenas convenientes e outros ainda sendo apenas gente boa lutando pelo seu país...
Então, temos os problemas do anime... a história é imprevisível? Em partes sim, em partes usam o clichê mais manjado que existe. Os personagens são bons? Não, heróis e vilões ainda são superficiais e suas personalidades muito estereotipadas, então, não sei quanto a vocês, mas eu já meio que cansei até da tsunderê básica... e o maior problema, pra mim, é a direção. Basicamente, faltou ousar um pouco mais, mas no fim se manteve dentro da "zona de segurança".
Como você estraga um momento de tensão ou batalha épica? Botando carinhas fofinhas e fazendo piada no meio do caminho... Como fazer sua comandante estrategista perder o efeito badass? Fazendo ela falar demais, fazer de menos e no fim a estratégia ser apenas "vamos usar uma distração para dividir o inimigo e atacar o grupo pequeno" ou "vamos usar uma distração para fazer o inimigo sair do castelo e então atacar o castelo"...
O ponto alto do anime para mim é a parte final onde várias coisas que mencionei ficam bem visíveis... o que não chega a estragar a tensão, e devo ressaltar que o autor até tentou ser diferente, mas ainda assim o clímax ficou meio difuso e confuso tudo para aumentar a dramaticidade ou o "shock value" da cena em detrimento de um andamento mais fluído.
Então, no geral, é mais um anime... tem uns toques mais "dark" e alguns bons momentos dramáticos, que o fazem estar bem acima da média, mas tá cheio de mesmices e faltou coragem pra ir até o fim em sua ousadia que o fazem não chegar perto de ser um clássico... É um bom anime e até recomendo!
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